O QUE É DEPRESSÃO E COMO IDENTIFICAR OS SINTOMAS

07-07-2013 16:55

O QUE É DEPRESSÃO E COMO IDENTIFICAR OS SINTOMAS

 

TEXTO PESQUISADO POR:

FRANCISCO CARLOS S. RAMOS

Me. PhD. em Psicanálise Clínica

 

Qualquer pessoa pode ficar triste, ter um momento de mau humor em função de uma decepção amorosa ou profissional, da perda de alguém querido etc. Porém, a depressão é diferente, não é tristeza nem fraqueza de caráter.

A depressão é uma doença que influencia as atitudes das pessoas perante as suas vidas e as dos que estão ao seu redor. A depressão altera os sentimentos e reduz a sensação de bem estar; muda a forma de pensar, as escolhas, o comportamento e as crenças das pessoas.

A depressão afeta milhões de pessoas a cada ano, independentemente da idade, do sexo, da raça, da religião e das condições econômicas e sociais. Assim como outras doenças, a depressão necessita de tratamento através de cuidados médicos. Quando não tratada pode durar meses e, em alguns casos, anos, sendo incalculáveis os prejuízos de tal descaso.

 

Quais são os sinais

E sintomas da depressão?

Existem vários sinais e sintomas que estão presentes na depressão. Alguns deles podem ser:

Tristeza ou irritação durante a maior parte do dia, geralmente ocorrendo todos os dias

Dificuldade de concentração e para tomar decisões que envolvam mesmo as questões mais simples do cotidiano

Atividades físicas e mentais desempenhadas em ritmo mais lento

Sentimento de pesar e de fracasso

Perda de interesse ou do prazer por atividades que até então pareciam ser extremamente
agradáveis, durante a maior parte do dia, quase todos os dias.

Mudanças súbitas no apetite ou no peso, sem explicação.

Pessimismo ao longo do dia

Insônia ou necessidade de sono aumentada

Agitação ou prostração (observado pelos outros)

Chorar sem motivo aparente ou, exatamente o contrário, dificuldade para deixar o choro vir à tona.

Sensação constante de cansaço ou perda de energia

Sentimentos freqüentes de inferioridade ou culpa (pena de si mesmo)

Pensamentos freqüentes sobre morte ou suicídio

Sentimentos de culpa persistentes

Uma pessoa não precisa estar com todos esses sintomas para ter depressão. Os sintomas irão variar de um indivíduo para outro. Por exemplo, ao comparar-se mulheres deprimidas e homens deprimidos, percebe-se que elas costumam apresentar mais sintomas de culpa, ganho de peso, ansiedade, problemas alimentares e necessidade de sono aumentado do que eles.

 

O que causa a depressão?

A depressão é causada por um desequilíbrio nas concentrações de algumas substâncias do cérebro. Outras coisas podem causar ou favorecer o surgimento da depressão, tais como:

• Experiências de vida como um divórcio, morte da esposa ou do marido, perda de um emprego ou problemas financeiros graves

 Rejeição por parte de alguém com quem se tem expectativa de um relacionamento afetivo.

 

 Eventos traumáticos (acidentes, enchentes, etc).

Abuso de álcool ou outras drogas

Algumas medicações e outras doenças

Em mulheres, mudanças hormonais após o parto.

História familiar de depressão (herança genética)

Em idosos, doenças como o câncer, Alzheimer e Parkinson.

Mesmo que a causa da depressão não seja identificada, na maioria dos casos há a possibilidade de melhora através do tratamento adequado.

A depressão tem tratamento?

Sim, mais de 80% das pessoas com depressão melhoram com o tratamento apropriado. Os tratamentos para a depressão incluem principalmente a psicoterapia e os medicamentos.

A psicoterapia é popularmente chamada de terapia "para conversar". Na depressão, a psicoterapia ajuda o indivíduo a encontrar novas formas de lidar com seus problemas, identificar e entender um pouco mais sobre a doença e como evitá-la no futuro.

Alguns indivíduos também encontram auxílio nas chamadas terapias alternativas, como o Yoga e a acupuntura.

Os medicamentos que corrigem o desequilíbrio químico das substâncias no cérebro são chamados de antidepressivos. Os antidepressivos mais modernos geralmente são eficazes, bem tolerados, seguros e não causam vício ou dependência, mesmo se utilizados por muito tempo e em doses elevadas. São necessárias algumas semanas para que o efeito dos antidepressivos aconteça. Até que o efeito ocorra, não se deve exigir do paciente com depressão uma mudança radical de comportamento, porque ele ainda não vai estar pronto para isso; é como se pedíssemos para uma pessoa que acabou de tirar o gesso de uma perna quebrada correr. É muito importante que o paciente e seus familiares compreendam que a depressão é uma doença médica real e que necessita de tratamento específico.

 

Como um paciente pode ajudar no próprio tratamento?

Em primeiro lugar, sendo franco com seu médico. Buscar o auxilio de um terapeuta e esconder dele informações de qualquer natureza é uma incongruência, e fatalmente comprometerá o resultado de qualquer intervenção.

Não menos importante, é informar ao médico o nome de todos os medicamentos que está em uso e que fez uso nos últimos 15 dias, mesmo dos que não necessitam de receita médica, como vitaminas e medicamentos naturais. No caso do acompanhante de um paciente de depressão, é indispensável anotar o nome de todos os medicamentos que ele faz uso para entregar ao médico.

Se forem receitados fármacos, seguir corretamente a posologia prescrita. Caso o paciente experimente algum efeito colateral durante o uso do medicamento, deverá relatar ao médico tudo o que sentiu, de modo a saber o que deve ser feito.

Sempre conversar com o médico sobre como se sente, o que mudou, e quanto mudou. Qualquer sensação diferente, agradável ou não, deve ser dita, pois pode ter relação com o medicamento em uso ou com a doença. As informações que o paciente compartilha com o terapeuta são fundamentais para a avaliação da evolução do seu tratamento e ajudarão a definir a necessidade de acréscimo de outros medicamentos, de ajustes de dose para mais ou para menos ou mesmo da mudança da medicação.

A prática regular de exercícios físicos, uma alimentação balanceada, o estabelecimento de uma rotina para o horário de sono e a redução ou a eliminação da ingestão de cafeína e de álcool também podem ajudar o paciente em seu tratamento.

 

 

 

REFERÊNCIAS:

Lundbeck Brasil Ltda

Marot, Rodrigo. "Depressão.” Psicossite. Brasil.