TERAPIA OCUPACIONAL

TERAPIA OCUPACIONAL
ABORDAGEM DA TERAPIA OCUPACIONAL NA SAÚDE DO TRABALHADOR
As mudanças no mundo e na organização do trabalho têm suscitado novas doenças e intensificado outras já existentes, determinando o direcionamento de diversas profissões para entendê-las, evitá-las, atenuá-las e buscar alternativas para os trabalhadores em situação de risco, quer de ser excluídos do mercado de trabalho, quer de ser afastados do trabalho por doenças ou por aposentadoria precoce, destaca-se nessa teoria o profissional da Terapia Ocupacional (TO).
A Terapia Ocupacional vem desenvolvendo suas atividades em empresas nos mais diversos programas que visam a saúde do trabalhador propiciando a melhoria da produtividade, das condições de trabalho, do desempenho profissional por parte do funcionário.
Buscamos analisar o processo de trabalho, conhecendo detalhadamente a função de cada trabalhador sugerindo aos responsáveis pela empresa ou instituição, quando necessário, a modificação no processo do mesmo, no qual o t.o desenvolve palestras educativas, informativas, conscientizando o funcionário sobre a importância do uso dos equipamentos de proteção individual (EPI), sobre patologias relacionadas ao trabalho e de uma postura adequada na realização do mesmo, utiliza-se de um programa de atividades terapêuticas como ginástica laboral, dinâmicas de grupos, exercícios de alongamento e relaxamento visando a prevenção ou diminuição de acidentes e doenças ocupacionais, promovendo uma melhor relação interpessoal (trabalhadores x trabalhadores, trabalhadores x empresa), proporcionando momentos de satisfação, recarga do potencial energético, lazer e auto-conhecimento, aumentando assim a produtividade, a motivação, vencer situações geradoras de estresse.
Realizamos uma avaliação do trabalhador, observando aspectos como dor, limitação da amplitude de movimento (ADM), presença de encurtamentos, força muscular (FM), coordenação motora e níveis de stress, objetivando o interesse pela atividade que exerce, trabalhando os aspectos alterados através do processo terapêutico individual e/ou grupal, utilizando atividades auto-assistidas, ativas e ativo-resistidas, atividades auto-expressivas, lúdicas, artesanais, alongamentos, relaxamentos, além de orientações para as atividades de vida diária e de vida prática. Quando o trabalhador se encontra neste nível deve ser afastado do trabalho ou remanejado para realizar outra atividade.
Trabalhamos também aspectos alterados, contribuindo para a prevenção de deformidades e para a manutenção da capacidade residual, promovendo, quando necessário a troca de lateralidade, indicando junto ao trabalhador e à equipe uma nova função (readaptação/remanejamento), ou a indicação de órteses ou próteses que facilitem o desempenho das diversas atividades como as atividades de vida diária (AVD) e atividades de vida prática (AVP), o Terapeuta Ocupacional acompanha cada trabalhador a nova e/ou antiga função.
Buscamos neste contexto desenvolver as respectivas funções:
1) Pesquisa e intervenção em situações de trabalho que estejam provocando adoecimentos e/ou sofrimento psíquicos visando melhorias e mudanças na organização e nas condições de trabalho e no seu respectivo ambiente com adaptações adequadas para cada função;
2) Estudo e intervenção com trabalhadores visando prevenção de adoecimentos ligados ao trabalho, percepção de risco de adoecimento e processos de mudança na relação indivíduo-trabalho;
3) Estudo e intervenção com trabalhadores acometidos por doenças ligadas ao trabalho visando a prevenção de agravos e permanência e/ou retorno ao trabalho.
4) Subsídios e consultorias a Empresas, Sindicatos, Serviços de Atenção à Saúde do Trabalhador; Cooperativas de Trabalhadores e/ou Associações interessadas na questão da Saúde e Trabalho.
5) O trabalho desenvolvido pelo terapeuta ocupacional dependerá das necessidades físicas, emocional, social de cada funcionário, podendo assim ser realizado individual ou em grupo;
6) A Terapia Ocupacional, através da reabilitação profissional, vem alargando seu campo de ação ao incorporar abordagens teóricas da medicina preventiva, ergonomia e psicodinâmica do trabalho, buscando direcionar suas abordagens para um enfoque mais coletivo e preventivo;
7) A intervenção Terapêutica Ocupacional se desenvolve através de atividades terapêuticas com enfoque educativo, preventivo, curativo ou reabilitador em uma abordagem individual ou grupal objetivando possibilitar a redução da fadiga, do cansaço, desgaste do trabalhador, acidente de trabalho e o absenteísmo e aumentar o conforto, a motivação, a produtividade, a rentabilidade e a satisfação com o seu trabalho, entre outros.
INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS
Durante muitos anos o DOC foi considerado uma doença praticamente fora do alcance dos recursos terapêuticos. O advento de novos conhecimentos, seja na área da psicofarmacologia clínica, seja na abordagem cognitivo-comportamental felizmente transformaram em muito as expectativas terapêuticas para os pacientes com esta
perturbação.
O DOC, é um bom exemplo da necessidade de se integrarem as abordagens biológicas, psicoterápicas e sociais (incluindo terapia familiar) no seu tratamento.
Os dados disponíveis relativamente à eficácia das diferentes terapias existentes, mostramnos que, em relação ao DOC, a terapia cognitiva-comportamental tem sido a mais aplicada, dada a natureza da perturbação, e a que melhores resultados tem alcançado, o que, não invalida a aplicação de outros métodos psicoterapêuticos.
A psicoterapia psicodinâmica tradicional, embora útil na abordagem dos distúrbios de personalidade, que frequentemente se associam à perturbação obsessiva-compulsiva, não parece ser efectiva no tratamento das obsessões ou dos rituais compulsivos, muito embora, algumas de inspiração psicanalítica possam ser utilizadas, destacando-se as psicoterapias de apoio e as psicoterapias breves e focalizadas em que o contacto regular com um profissional interessado e empático pode permitir ao paciente um “suporte” sem o qual ficaria completamente incapacitado pelos sintomas.
TERAPIAS DE INSPIRAÇÃO PSICANALÍTICA
Inicialmente considerada como uma “boa” indicação para a Psicanálise ou Psicoterapia de Orientação Analítica, o DOC tem sido, cada vez mais, sujeito a apertados critérios de selecção com vista a garantir a eficácia após um certo desencanto em relação à remissão dos sintomas. Estes critérios incluem:
1- a existência de factores precipitantes claros.
2- a manutenção de investimentos sociais, culturais e profissionais.
3- capacidade para tolerar a ansiedade e a depressão.
4- capacidade de exprimir emoções.
5- nível intelectual elevado.
6- capacidade de “insight”
7- motivação para a cura
8- que os sintomas obsessivos estejam bem circunscritos sem nada que evoque psicose ou outro distúrbio de personalidade.
9- idade “precoce”.
Psicoterapia de Apoio
As psicoterapias de apoio têm como principal objectivo, atenuar ou suprimir a ansiedade, com a intenção de que o paciente possa retornar à situação anterior à crise, procurando ensaiar novas condutas durante o período psicoterapêutico. O terapeuta assume aqui um papel de docente agindo com alguma directividade.
Espera-se que o vínculo real com o terapeuta exerça também uma influência correctora. A visita periódica (2 a 3 meses) pode cobrir perfeitamente os objectivos desta terapia mas ela pode ser menos espaçada consoante a necessidade do paciente.
A inclusão de fármacos, destinada a reforçar o trabalho de suporte, contribui para solidificar o vínculo durante os intervalos entre as visitas. Evidentemente que as interpretações transferenciais devem omitir-se, apesar de que por vezes possam ser necessárias, sobretudo para tentar evitar os afectos prejudiciais da tranferência negativa.
Psicoterapias breves e focais
As psicoterapias breves e focais de inspiração psicanalítica, têm como finalidade tratar um problema concreto ou ajudar a enfrentar um trauma importante na vida do sujeito.
Consistem fundamentalmente na “focalização”, na delimitação do problema nuclear; o tratamento centra-se na abordagem desse núcleo concreto e permite ao paciente a conciencialização emocional e a vivência dos motivos da sua conflitualidade.
O terapeuta deve ser muito activo e evitar que o “foco” se perca entre outros problemas do paciente. O período de tratamento está normalmente sempre bem delimitado desde o seu início.
O prognóstico deste tipo de tratamento depende sempre de uma correcta indicação e de uma adequada focalização.
Os critérios de selecção estão centralizados na capacidade de enfoque relativamente ao conflito, motivação para o tratamento, boa capacidade de introspecção, estabelecimento de uma relação adequada com o terapeuta e a capacidade de se enfrentar com o mesmo.
Para além destes critérios a psicopatologia que o paciente apresenta não deve ser grave. H. Davanloo (1978, 1980) criou uma técnica denominada psicoterapia dinâmica a curto prazo (short term dynamic psychotherapy), muito intensiva (10 a 20 sessões) e muito activa por parte do terapeuta.
Através de uma cuidadosa selecção diagnóstica, o terapeuta trata de vencer rapidamente as defesas do paciente a fim de lhe mostrar definitivamente quais são os seus sentimentos e impulsos básicos. Trata-se de uma técnica espectacular, que coloca o paciente numa situação muito difícil inicialmente, e como tal deve apenas ser utilizada por terapeutas altamente experimentados. (Vallejo, J.).
Tanto a técnica de Davanloo como as terapias focalizadas comportam uma série de princípios teóricos e técnicos, a saber:
1- Entrevistas diagnósticas de selecção.
2- Estabelecimento de uma aliança terapêutica precoce.
3- Planificação e focalização.
4- Participação activa do terapeuta.
5- Utilização das interpretações segundo os triângulos das pessoas e do conflito.
6- Busca de solução parcial dos conflitos infantis.
7- Fortalecimento do Eu do paciente.
8- Multiplicidade possível de recursos tarapêuticos (intervenções verbais não interpretativas, informativas, uso de psicofármacos, etc).
9- Tempo de tratamento limitado (6 a 9 meses).
A teoria dos triângulos é um sistema conceptual gráfico que permite vizualizar e teorizar sobre tudo o que sucede em toda a relação terapêutica.
Segundo Vallejo, as fontes desta teoria baseiam-se nos trabalhos de K. Menninger (1958), Malan e Molnos (1984). O primeiro triângulo representa o “conflito” e consiste nas defesas (D), angústia ou ansiedades (A) e sentimentos ou impulsos ocultos (I). Este triângulo está relacionado com o segundo, o das “pessoas”, porque todo o impulso (I) se dirige a uma ou mais categorias do triângulo das pessoas (O) que são os outros do passado recente ou presente, (T) é o terapeuta, através da transferência, e (P) as pessoas mais significativas do passado, geralmente os progenitores. (Vallejo, J.).
A ideia fundamental de Malan é a de que toda a relação terapêutica, a não ser que esteja totalmente mediatizada pelo terapeuta, se actualiza com este, pela transferência, surgindo os impulsos básicos do paciente, as suas ansiedades e defesas.
O técnico mostrará, então, que os conteúdos que se libertam no “aqui e agora” ocorrem também fora da consulta, isto é, com O e com P. Quando se efectua uma interpretação que implica os três vértices do triângulo, esta considera-se uma interpretação “completa ou total” constituindo normalmente uma revelação